Watchmen: O Filme (2009)

Ok… vou aproveitar a “pausa” em LOST e postar alguma coisa diferente… senão vão achar que este é mais um blog “especializado” na série… 😉

No último fim de semana, tive a oportunidade de assistir Watchmen: O Filme (Watchmen), um dos filmes mais esperados do ano e que já se tornou o filme com censura acima de 17 anos com estréia no maior número de salas da história, nos EUA… e devo admitir que também estava muito ansioso pela estréia, tanto quanto preocupado, afinal se trata da mais ambiciosa e arriscada adaptação direta de uma história em quadrinhos para o cinema, considerando que a obra escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons é uma das mais importantes séries em quadrinhos já escrita, ao lado de “Sandman” (de Neil Gaiman) e “O Cavaleiro das Trevas” (de Frank Miller), e uma das poucas obras dessa mídia a ser reconhecida como “obra literária”.

A história se passa em uma “realidade alternativa”, em que os EUA venceram a Guerra do Vietnã e Nixon continua como presidente nos anos 80, durante o período de maior tensão da Guerra Fria. No passado dessa realidade, algumas pessoas normais (sem nenhum tipo de poderes sobre-humanos) decidiram se transformar em vigilantes mascarados, como uma referência, inclusive, à própria era de ouro dos quadrinhos. 

Cerca de 30 anos após o surgimento desses heróis, a população se revoltou contra eles, em função de uma greve geral dos agentes policiais, que afirmavam que a atuação desses vigilantes atrapalhava o bom andamento do trabalho dos representantes da lei. Por esse motivo, através de um decreto governamental, a atuação dos vigilantes passa a ser considerada ilegal, exceto para aqueles que trabalhassem para o governo.

Passados 20 anos desde o decreto, o ex-vigilante conhecido como Comediante é morto, o que impulsona o paranóico Rorschach,  único vigilante que continua na ativa, a iniciar uma investigação a respeito de um possível “assassino de mascarados”.

Felizmente, Zack Snyder não exagerou tanto na artificialidade estética quanto parecia… pelo contrário, buscou (assim como na obra original) conferir um tom mais realista e sombrio ao visual do filme e às situações apresentadas, desde o complexo caráter psicótico de Rorschach, à ambiguidade sexual de Ozzymandias. 🙂

Porém devemos considerar que o filme não é perfeito, principalmente em função de alguns aspectos que, sinceramente, me incomodaram ao longo da projeção: a péssima seleção de músicas e o exagero no “gore”. E quando digo que “incomodaram”, é porque realmente me incomodoram enquanto assistia… quem já assistiu filme comigo sabe como reajo a algumas coisas. 😉

De maneira geral, a trilha até que se encaixa bem às situações, mas em algumas delas não passa aquilo que deveria, seja a urgência ou importância do momento ou mesmo o peso dramático e emocional que deveria ter.

Além disso, existe a “mania” de Snyder de incluir cenas de violência exagerada que, embora funcionem bem em um filme como “300”, ficaram um pouco deslocadas pela maneira gratuita como foram incluídas neste, como se isso fosse um pré-requisito para que um filme seja considerado “adulto”.

Ainda assim, um dos maiores problemas que a adaptação enfrentava era mesmo a questão da quantidade de informação em relação ao tempo de duração, que foi contornado de maneira muito satisfatória em pouco mais de 2h30 de filme. Snyder e os roteiristas conseguiram manter a maioria dos eventos centrais do original, sem deturpar a história como ocorreu em outra adaptação de uma HQ de Alan Moore, “V de Vingança”, conferindo aos personagens toda a profundidade necessária para justificar suas relações. Mesmo a alteração do final não foi prejudicial, deixando a resolução com o mesmo teor e “significado” do original, apenas com algumas adequações (ainda mais se considerarmos a impossibilidade de explicar tudo aquilo que levava ao evento final dos quadrinhos).

Enfim, um óitmo filme, extremamente bem desenvolvido e que vale muito a pena ser visto… 😀

Avaliação: 4/5

 

* AVISO: CONTÉM SPOILERS *

Quatro dessas situações que me deixaram extremamente descontente com a escolha da música:

  •  o enterro do Comediante;
  • o momento da revolta da população;
  • a cena “romântica” (sexo mesmo) entre Dan e Laurie na nave;
  • o ataque do Dr. Manhattan no Vietnã, embalado pela música de “Apocalypse Now”…

POOOOODRE!!!